quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Oh happy day!

Também, vá, não exageremos. É, sim senhor, um dia feliz, mas pela simples razão de que já nos livrámos da maior carrada de burocracia que alguma vez vimos à frente! Hoje o Proprietário foi entregar a Licença de Ocupação de Via Pública à CML e estava tudo em ordem. Agora é só esperar pelas confirmações e estamos prontos a avançar com a obra! Pronto, mais uma vez estou-me a deixar levar pelo entusiasmo da coisa, quando na verdade não se passará nada de mais. É que para avançar com "a obra" era preciso que já tivessemos escolhido o empreiteiro que a vai fazer e para isso era preciso que já lhes tivéssemos enviado os planos da obra para eles nos darem os orçamentos. Para isto (e já estou sem fôlego...), era preciso que o Arquitecto já nos tivesse dado o Mapa de Quantidades, que é a listinha que nos permite fazer um orçamento "comme il faut", ou seja, o mais rigoroso possível, para os empreiteiros não nos poderem dizer que foram decisões de última hora que encareceram a obra. Nada disto foi feito, logo, é como se ainda não houvesse obra para fazer.
Mas o que nós queríamos mesmo era que lá pudessemos pôr o contentor à porta, para limparmos o entulho. Mas, segundo as informações da funcionária da Câmara que atendeu o Proprietário, a Licença deve demorar 3 semanas a sair. Ora, sem querer parecer um ex-PM hoje em dia armado em bonzinho, 3 semanas... com o Natal pelo meio... depois o Ano Novo... é fazer as contas! Passar-me-ei dos carretos se em Janeiro não conseguirmos pôr isto em marcha!
Mas já estão a ver como estas coisas se arrastam, não é? Como é que uma pessoa não há-de dar em doida? Então temos uma casa, queremos ir para lá viver, mas para a pormos em condições temos que esperar meses a fio, com um sem-fim de compassos de espera pelo meio!
Bem dizia a Esposa do Sr. Contratado que a gente já não se via antes do Natal... Eu, armada em esperançosa, defendi-me com um vigoroso "Não, não! Que a gente tem pressa e vamos fazer de tudo para ainda fazermos mais qualquer coisa antes das Festas!". É... foi o que se viu... Não fôssemos nós dois Proprietários ocupadíssimos e cheios de outras coisas com que nos entreter, já nos teríamos internado mutuamente no Júlio de Matos... ou no Conde Ferreira, para os meus compadres do Norte.
Com tudo isto, é possível que antes de 2008 já não me volte a dirigir a Vossemecês. Por isso aproveito esta deixa para vos desejar tudo de bom para o ano que aí vem, a correr e aos saltos, com um santo Natal nos entretantos. Cá estaremos em 2008 para a prodigiosa e tão esperada inauguração da nossa... Casa!
xxx

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Mais do mesmo...

Gosto de ver os meus amigos a esforçarem-se por nos fazerem ver que estão realmente desse lado. Obrigada!! Apesar de ser tudo um bocado caótico, acho que estou a lidar bem com a situação. Estou mais calma do que eu própria tinha antecipado. Sei que estamos a fazer tudo ao nosso alcance e se as coisas estão paradas, não é por falta de vontade. São coisas fora dos nossos poderes. Mas, sim, estamos prontos a fazer visitas guiadas aos escombros do nosso lar... Apareçam!
Bom, entretanto, ficarão com certeza felizes por saber que já entregámos a Comunicação Prévia!! Sim, rejubilai, que nós por este lado também. Fui lá ontem e saí de lá com o número do processo, o que também quer dizer que já podemos pedir a Licença de Ocupação de Via Pública, para o tão esperado contentor de entulho. Ou seja, esta semana será repleta de visitas à CML, para tratar destes assuntos. Ontem foi a Com Prev, na quinta será a Licença. Depois logo se vê, porque duvido que nos dêem a Licença no acto. Não sei quanto tempo demora, mas era tão, tão bom que conseguissemos tirar de lá o lixo antes do Natal... Pelas minhas contas temos... semana e meia para estas andanças... Oh pá, não se riam!!! A esperança é a última a morrer!! Precisamos que a mantenham viva connosco! Help...
xxx

terça-feira, 27 de novembro de 2007

Comunicação quase impossível...!

Ora bem, parece que nada é tão simples quanto... parece! Lá fui eu, de Comunicação Prévia debaixo do braço, à Câmara. Depois de uns dias alucinantes a tentar compilar todos os documentos necessários, foi só chegar lá, entregar, esperar que o funcionário a lê-se de uma ponta à outra e... devolver-ma! É verdade, fui lá para me dizerem que afinal há coisas a corrigir e, inclusivé, temos um documento errado. Sabem como é, fala-se com um que nos diz uma coisa, mas quando se fala com outro, o documento muda. E depois querem que renunciemos à violência...
Ou seja, trouxe o processo de volta para casa e seguiram-se telefonemas ao Proprietário para que conseguisse junto do Arquitecto as alterações a fazer. Esperamos entregar a versão final, corrigida e anotada, da Comunicação Prévia ainda esta semana. Depois disto tudo e considerando o facto que ainda estou lúcida e de razoável bom humor... quem é que precisa de yoga??
Uma das coisas que nos temos lembrado por estes dias, é que se viermos a alterar a zona da marquise e quisérmos mudar os envidraçados, vamos ter que licenciar essa parte da obra. Sim, é um processo totalmente distinto deste da Comunicação Prévia. Passo a explicar, em termos muito simples (onde é que eu já ouvi isto???), as obras feitas no interior dos apartamentos que não impliquem alterações às fachadas da frente ou de trás do edifício (como por exemplo, mudar as caixilharias das janelas... sim, meninos e meninas, isso conta como alteração à fachada!), não necessitam de licenciamento camarário. Quer isto dizer que o processo não necessita de aprovação pelos arquitectos da Câmara. Teoricamente, pode-se fazer o que se quisér, se bem que considerando que muito mal se pode fazer dentro de um apartamento (como por exemplo alterar estruturas sem as reforçar, dando origem a abatimentos de chão nos vizinhos), não percebo porque é que os agentes camarários não se preocupam com a possível prevenção deste tipo de situações. Por outro lado, é claro que torna o processo mais simples, mas será suficientemente seguro? Portanto, nós agora entregamos a Comunicação Prévia para podermos começar as obras propriamente ditas. Uma vez começada a obra, entregaremos um pedido de licenciamento para as obras da fachada a tardoz. O plano é que a licença seja aprovada enquanto decorrem as obras no interior. Até aqui, tudo fino! O grande problema é que as obras de fachada precisam do acordo do condomínio. Visto ainda não termos condomínio formado, vamos ter que andar de porta-em-porta de projecto na mão a pedir autorização a todos os vizinhos. Estúpido, não é? Temos que ter a autorização de gajos que nunca irão ver essa alteração da fachada, a menos que nós deixemos! E se bem se lembram, há um certo vizinho que já começou esta viagem caminhando na direcção contrária... Vai ser bonito, vai...
Noutras notícias, este fim-de-semana fomos escolher louças e torneiras de casa-de-banho com o Arquitecto. Como andamos em fase de pedir orçamentos, queremos incluir o mais possível nos “cadernos de encargos” para podermos diminuir o número de eventuais “surpresas” aquando do pagamento da factura... Elas existirão sempre, mas é por isso que as queremos minimizar. Por outro lado, assim teremos uma ideia sobre se fica mais em conta comprar essas coisas através do empreiteiro ou comprarmos nós directamente aos vendedores. Mas, ficam a saber, que escolher estas coisas cansa!! Entre sanitas, bidés, chuveiros, torneiras de todas as formas e preços, revestimentos de chão e paredes... Enfim, um sem número de pormenores! Chega a uma altura do dia (e olhem que nem é assim muito tarde!), o cérebro desliga e já todas as torneiras parecem iguais... Todas as pastilhas são horrorosas... Todos os azulejos são brancos... Não eram estas coisas que eram supostas serem divertidas??
Amigas, amigos, eu sei que escrevo demais. Provavelmente, também falo demais. E também sei que voçês preferem ver fotos... Que eu só tenho a menos, certo? Mas, confesso-vos, vão ter que ter paciência e esperar que o Proprietário vos traga algumas. É que a nossa casa demolida está cheia de buracos, buraquinhos e buracões que eu temo sejam invadidos por ratos e ratazanas lisboetas, uma vez que eles dêem conta que entrando por ali se escapam dos gatos que muito eficazmente patrulham o exterior. Logo, ali, sozinha eu não entro!
Tenho dito!
Xxx

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Extra! Extra!

A demolição acabou!! Vá, a parte que o Sr. Contratado podia fazer sózinho. Agora só faltam as paredes que só podem ser demolidas depois de serem reforçadas as vigas do tecto.
Este fim-de-semana, nós (os Proprietários) e o Arquitecto vamos decidir (e até escolher!) a maior parte dos acabamentos: revestimentos, louças, torneiras das casas-de-banho, acabamentos a fazer nas paredes, rodapés, tectos, iluminação... Enfim, coisas mais interessantes!!
Como vêem, um dia em baixo e no dia a seguir... em cima!!
A ver se amanhã, que me vou encontrar com o Sr. Contratado para "ácertá as conta' ", tiro umas fotos de actualização do monte de entulho. Atingiu dimensões verdadeiramente impressionantes!!
Bom, só falta a Comunicação Prévia... Mi aguardem!!!
Fui...
xxx

terça-feira, 20 de novembro de 2007

Primeiro chilique...

AAAAAAAAARRGH!!!!! Estou a começar a enlouquecer!! Há quanto tempo começámos esta viagem? Sensivelmente 1 mês e meio... UM MÊS E MEIO!!!!!!!!!!!! E já ando a arrancar cabelos! Bom, adiante...
Ultimamente tem sido tudo sobre a chaminé! Primeiro tivémos a opinião dos supra-sumos da Engenharia de Estruturas que nos aconselharam a não mexer na chaminé. Depois veio a opinião de um arquitecto/engenheiro, especialista em remodelações de casas com mais de 100 anos (com um currículo aparentemente muito bom, que inclui trabalhos de restauro das estruturas da Catedral de S. Paulo em Londres!) que nos assegurou que não haveria problema em deitar a chaminé abaixo e que até nos passa um certificado de garantia. Agora vem outra opinião de um profissional especializado nestas remodelações que diz que não pudémos tocar naquela treta! Eu já não percebo nada! É claro que agora, se fôssemos com o homem da Catedral ou alguém da mesma opinião, nunca ficaríamos completamente sossegados. Ou seja, parece que o plano agora é tirar a chaminé, mas reforçar o tecto naquela zona, qualquer que seja a opinião de quem estiver a fazer a obra. Mas... e quanto é que isso nos vai custar?
O Proprietário está, neste preciso momento, a jantar com o nosso querido Arquitecto. A lista de tarefas desta noite inclui limar uma série de arestas que nos impedem de ter finalmente o projecto terminado, de maneira a podermos começar a pedir orçamentos. Já contactámos umas quantas empresas que estão à espera desse mesmo projecto, acompanhado de uma espécie de Caderno de Encargos, que discrimine todos os trabalhos que serão necessários na nossa obra. Desde rebocar paredes, a montar a canalização inteira de uma nova casa-de-banho, passando por tratar do soalho.
Mas a real e principal prioridade é mesmo a Comunicação Prévia. É que por um lado temos o entulho de tal maneira acumulado, que já não se anda por ali sem ouvir “cric, crac, croc...”. Por outro, temos que ter a obra legalizada porque outro dia o Vizinho disse ao Sr. Contratado que um outro vizinho de cima se tinha queixado do barulho e que ia fazer queixa à Câmara. Ora, tudo bem que a pessoa em causa se tenha sentido incomodada com o barulho. Está no seu direito e nós faremos tudo para minimizar o incómodo aos que partilham o prédio connosco. Agora, o que me enfurece é que essa pessoa não tenha tido a frontalidade de nos comunicar esse facto, já que quando começámos a obra nós tivémos o cuidado de deixar em todas as caixas do correio dos nossos vizinhos uma carta informando-os do que se iria passar, e pondo-os à vontade para nos ligarem caso houvesse algum problema. Para isso, a carta incluia os nossos números de telemóvel. Caramba, porque é que há pessoas neste Mundo que têm que agir com tanta má fé?? Segundo percebemos, parece que o vizinho em causa é arquitecto. Enfim, pode ser especulação, mas toda a gente sabe como estas coisas das obras são complicada, especialmente a papelada. Se é mesmo um arquitecto, sabe-lo-á melhor que ninguém! E nós estamos a fazer tudo às claras! Já falámos informalmente com vários vizinhos, que nos têm encontrado nas escadas, e ninguém se queixou de nada! E agora vem essa abécula que nem sequer tem a decência de nos enfrentar, ameaçar-nos por intermédio dos fofoqueiros lá do sítio, para que a mensagem chegue aos nossos ouvidos sem que ele tenha que se envolver. O que mais desprezo nesta vida são os cobardes... Esse que não se atravesse no meu caminho!

xxx

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

O tamanho da nossa alma...

São só boas notícias... NOT!!! Hoje descobrimos que o chão da casa-de-banho, que neste momento é azulejo e que nós vamos retirar, está posto simplesmente em cima de uma leve camada de cimento que assenta directamente nos barrotes que estão directamente por cima... da terra!!! E como é que nós chegámos a essa brilhante conclusão? Mais uma vez com a preciosa ajuda do Sr. Contratado e das suas demolições! OK, ok... e também por causa da maneira francamente caótica como certas coisas naquela casa estão construídas. Então, ele tem andado a tentar demolir o que resta do poliban, depois de já ter tapado o buraco à Vizinha. Só que pensava-se que debaixo do poliban estaria chão. Seria natural, não? Em vez disso, parece que eles tiraram o soalho que aquele compartimento tinha (já que, de acordo com as plantas iniciais, aquilo não era uma casa-de-banho), cobriram os barrotes com um bocadinho de cimento e toca a revestir com azulejo. Claro que agora, quando tirarmos o azulejo, ficamos sem chão, porque o cimento vai vir atrás!!
Outra excelente notícia, é que a caixa da chaminé afinal pode ser que seja mesmo estrutural. Pelo menos um pilar e uma viga. Lá vamos nós ter que ligar ao arquitecto, outra vez, a pedir mais alterações ao projecto! Que raiva!!! Sem projecto final, não há Comunicação Prévia; sem Comunicação Prévia, não há contentor de entulho; sem contentor de entulho... não avançam uma data de coisas!! Não podemos limpar as árvores, não podemos tirar a pilha de entulho dali, que a esta altura já começa a estragar o soalho...
Nós aguentamos tudo, mas no final, isto TEM que valer a pena!!!
xxx

domingo, 11 de novembro de 2007

Estruturas...

Hello?? Está alguém desse lado?? Já muitas vezes me disseram que lêem o blog, mas deixarem mensagens de apoio, tá quieto, não é??? Isso é que são amigos!! Vamos lá a fazer um esforçozinho, se fazem favor!
Ok, agora passemos às explicações. Tinha-vos prometido que contaria a história do contentor. Ora, parece que estacionar um contentor à porta de casa não é tão simples como ligar para a respectiva empresa, pagar o devido e, umas horas mais tarde, reservar o lugar para o mostrengo lá descansar os pesados ossos metálicos. Quando o Proprietário começou a ligar para as empresas que alugam os contentores, foi-lhe dito que era necessária uma autorização da CML para o efeito, antes que o contentor pudesse ser pedido. Eu tratei logo de ir ao Departamento de Urbanismo pedir os devidos esclarecimentos e formulários. Infelizmente, o contra-tempo aqui foi descobrir que para pedir uma Ocupação de Via Pública é também necessária a respectiva licença de obras. Tudo estaria bem se nós tivéssemos essa licença... Enfim, não é bem uma licença. Chama-se Comunicação Prévia e é um pequeno relatório que se entrega à CML quando se pretende fazer obras no interior de um apartamento. Contém plantas de situação, memória descritiva do projecto de remodelação e mais umas coisitas. De qualquer maneira, mesmo tendo entregue essa Comunicação Prévia, quando se pede a licença para Ocupação de Via Pública tem que se voltar a entregar uma data desta papelada! Típico! Mesmo quando nesse pedido vai a referência à tal Comuniação Prévia, com o respectivo numerozinho, para eles poderem fazer a ligação de uma à outra. Mas não! Dá-lhes muito trabalhinho! É uma valente massada, andar à procura da respectiva Comunicação Prévia, mesmo que seja só no sistema informático... Bom, resumindo e concluindo, temos agora uma enorme catrefada de papelada para compilar e entregar. E o entulho continua a empilhar-se na nossa... “sala”...

Entretanto, já tivémos mais uma visita do Engenheiro... Aliás, desta vez foi a fina flôr da Engenharia!! Veio o Engenheiro e o Engenheiro-Pai! Só nos faltaram as vénias! Nunca pensámos em tal honra para o nosso humilde casulo em ruínas. Mas, olha, é da maneira que aquilo fica mais bem feito do que alguma vez imaginámos. Então, lá andámos todos de nariz pr’ó ar, mirando tectos e paredes. Conclui-se que há ali zonas do nosso tecto (vulgo, soalho dos Vizinhos de Cima) que terão que ser reforçados com vigas extras, caso queiramos tirar essas paredes. Mas, como nos aconselharam, temos que considerar a relação custo-benefício de todas essas possíveis demolições. Será que queremos mesmo deitar certas paredes abaixo ou será que até as podemos deixar e poupar algum? Ou então, pode ser que nos convenha mesmo deitá-las abaixo e pronto, arranja-se uma maneira de reforçar os barrotes (usando já o jargão do métier... eu não estou só ali a fazer número!). Portanto, o próximo passo era descobrir como é que a Vizinha de Cima tem a sua casa. Ou seja, onde é que o nosso tecto vai ter mais cargas para suportar. O Proprietário conseguiu ir lá hoje “cheretar”. Como sempre, há boas e más notícias. Mantiveram algumas paredes que nós queríamos demolir, mas retiram algumas que nós achávamos que não podíamos mexer. Ou seja, resta-nos reforçar o tecto nas zonas em que eles mantiveram as paredes. Enfim, esperamos nós.
Uma das grandes questões ali é a chaminé. É um daqueles pequenos covis a um canto da cozinha, muito característico das casas antigas.


O problema é que estas coisas tiram imenso espaço às cozinhas e quando elas já não são grandes, como a nossa, é logo das primeiras coisas que apetece demolir. Ora, o Vizinho de Cima disse hoje ao Proprietário que a chaminé é estrutural e que não se pode mexer naquela caixa monstra. Mas para mim isso é um disparate. É lógico que a chaminé é estrutural, mas a caixa não! Aqueles pilares não ligam todos entre si através dos andares porque as chaminés são enviesadas no topo! Bom, os Engenheiros hão-de nos confirmar isso.
xxx

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Barracadas...

Ultimamente têm sido umas atrás das outras, infelizmente...
Tudo começou com um inofensivo esquecimento de uma máquina fotográfica em casa de uns amigos... Passou rapidamente para o trágico esquecimento do meu laptop no comboio e sua consequente perda... E ainda tivémos tempo de saber que o Sr.Contratado arranjou maneira de rebentar com a parede do corredor da Vizinha! Enfim, eu já nem sei para que lado me virar!! Irra! Quem souber de uma Bruxa idónea, é favor passar os contactos para este lado porque é óbvio que estamos precisados!
A máquina fotográfica é recuperável. O laptop, infelizmente não. Nem me perguntem, por favor, como foi... É uma história triste... Uma comédia de erros, sem a parte da comédia. E com uma única culpada: EU!! O que vale é que quem tem Mãe tem tudo! Correu em meu auxílio, sem eu ter tido tempo de, sequer, pensar em solucionar o problema. Mas, pronto. Este é na verdade o motivo pelo qual eu não tenho dado notícias. Tenho estado (quase!) incomunicável! É incrível como nos tornamos dependentes destas máquinas. Eu senti que tinha perdido um membro qualquer! Ou que me tinham atado as mãos e os pés! Graças a Deus (e a uma Profª lá da Faculdade que, há uns tempos, fez o favor de partilhar conosco uma frustrante experiência, para nos aconselhar a tomar precauções), eu tinha feito um back-up recentemente. Por isso, na verdade (e como disse um Coleguinha meu), "foram-se os anéis mas ficaram os dedos". Só uma ou outra coisa que era mesmo muito recente é que não ficou guardada. Mas a vida continua, para sortudos como eu. Há que ver as coisas pelo lado positivo, certo? Eu podia ter ficado sem laptop e sem maneira de resolver o problema! Por isso, como certamente diriam o Sr. Contratado e a sua Esposa, "bolá pr'á frentchi"!
E por falar em tais ilustres figuras, explico-vos agora como foi que ele conseguiu esburacar a parede da Vizinha. Com o desmontar da casa, foi-se percebendo que o poliban da casa de banho estava chumbado à parede. O Proprietário tinha, há uns dias, arranjado um martelo-pneumático porque o jardim estava cimentado e, como o objectivo é limpar o jardim até à terra, o cimento só lá ia "à bruta". Como o poliban não se queria mexer nem por nada, o Sr. Contratado resolve aplicar-lhe algumas marteladas com a máquina. O problema é que estamos a renovar uma casa com quase 100 anos. Estas coisas foram feitas para aguentar terramotos, não martelos-pneumáticos! Resultado, o homem martela q.b e resolve puxar o poliban, que a esta altura já deve estar solto da parede. Infelizmente, quem se soltou foi a parede em si... a nossa e a da Vizinha!! O inteligente que chumbou o poliban, ignorou o facto de o ter colado a um cano (que felizmente está em desuso há anos!) que passa entre as duas paredes! Com a trepidação do martelo, foi mais forte a ligação chumbo-cano-parede do que a frágil ligação parede-parede... E agora ficou a Vizinha com mais corrente de ar dentro de casa do que os seus 64 anos precisam.
Mas a Vizinha é castiça. Pede-nos sempre muita desculpa "por estar a incomodar"! Como se fosse dela a culpa das parede parecerem papel. Aliás, ela quase nem fazia questão do buraco tapado. Diz que "para nós qualquer coisa serve! Nós somos velhos e não precisamos cá de mordomias!". Confesso que me mete impressão ouvi-la falar assim. Mas não, vamos consertar aquilo o melhor que pudermos, como se fosse para nós.
Agora o Sr. Contratado tem lá estado a fechar a parede dela. Está a usar tijolos que conseguimos recuperar do jardim e areia e cimento que eu fui comprar a uma dessas grandes superfícies de bricolage. A vida tem destas coisas...
Da próxima vez espero já vos poder mostrar fotos da tal pilha de entulho que cada vez ocupa mais espaço lá em casa. Já as tirei, mas falta-me o tal laptop... Sim, porque primeiro que a gente consiga lá pôr o contentor à porta de casa... O trâmites camarários são intermináveis!! Mas também isso fica para outro dia. Quem espera...? Terminem vocês a frase.
xxx

quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Entulho...

Pois é, o entulho continua a empilhar-se, numa pilha tão grande e tão confusa que até dá medo... A vinda do contentor tem que estar eminente! Enfim, há-que pedir autorização à Junta de Freguesia para ocupar um lugar de estacionamento em frente à casa, depois há-que marcar com a empresa que aluga os contentores e no dia seguinte... PIMBA! Contentor à porta! Para vossa informação, caros amigos, o contentor custa à volta de 120euros (o mais barato que encontrei) e pode ficar por tempo indeterminado, até estar cheio e precisar de ser levado. Agora, só se pode colocar madeira e bocados de argamassa, etc, no contentor. Nada de plásticos nem lixo em geral! Senão paga-se uma taxa extra! Para monstros e resíduos de jardim há as recolhas da Câmara que são gratuitas. Sim, meninos e meninas, de lixo percebo eu!
Bom, por isso por agora o Sr Contratado e sua Esposa entretêm-se a remover os rodapés e guarnições de portas. E olhem que são muitas! Estupidamente, esqueci-me de tirar uma foto ao monte de entulho... A ver se não me esqueço amanhã. Por agora fiquem com umas fotos que mais parecem dos escombros de um terramoto...
Xxx

domingo, 28 de outubro de 2007

Enterrados no pó...

Têm sido uns dias dos diabos... E há tanto para contar...
Bom, para começar, o Sr Contratado é uma máquina! E a Esposa também!! O homem de marreta na mão não poupa nem o que é betão! Se é para deitar abaixo, não é uma lajezinha que o vai parar! O jardim já está quase todo limpo, que é como quem diz, reduzido a terra. Só ficam as duas árvores: uma nespereira e um limoeiro. Nada mau, hein? Hoje foi lá o Jardineiro ver o potencial do espaço. Nós não somos jardineiros e não somos de fazer as coisas a “trouxe-mouxe”. Há que investir em fazer as coisas bem feitas! Não se fazem coisas pela metade. Pode sair mais barato a curto-prazo mas a longo prazo é que se vêm os verdadeiros custos da coisa. Ou então não se obtem o retorno do investimento inicial. Mas chega de conselhos empresariais! O Jardineiro também é nosso conhecido. Desta vez fui eu que arranjei o contacto. Vá lá! Ele gostou muito do espaço que temos ali, especialmente porque já o apanhou quase limpinho. Ficou de pensar num projecto, mas para já é preciso tratar das árvores. Estão mal tratadas e esquecidas. São seres vivos! Precisam de amor e carinho! Por isso, assim que o jardim estiver limpo, ele volta já com um projecto inicial e para limpar as árvores.
Dentro de casa, o entulho começa a acumular-se. Pensámos que com sacos de lixo ultra-resistentes a coisa resolvia-se, mas não. Vamos mesmo ter que pensar em alugar um contentor de entulho, daqueles que se têm à porta. Uau... o nosso próprio contentor de entulho! Tudo o que eu sempre quis na vida... E o pior é que este tipo de coisas acumulam-se nas despesas que não é brincadeira. Mas terá que ser, pelos vistos mais cedo que o previsto. Tudo porque o Sr. Contratado é uma máquina!
O Engenheiro também foi lá hoje. Estiveram os dois, ele e o Proprietário, a espreitar os cantos abertos pelo Sr Contratado nos tectos. Pareciam os cirurgiões à procura do esternocleidomastoideu. O veredicto é que infelizmente não podemos deitar tudo o que queríamos abaixo. Enfim, era muita fruta estarmos à vontade numa casa tão antiga. Parece que afinal não estamos perante uma casa em gaiola. Ou seja, o Arquitecto vai ter muito em que pensar. Vamos ter que re-desenhar certas coisa, até porque há-que absorver paredes em compartimentos que tinham sido desenhados sem contar com elas. Ele vai ter que ser imaginativo! Se bem que nós pusemo-nos logo a pensar em alternativas e já temos umas ideias...
Uma vez encerradas as reuniões que tínhamos marcadas para hoje, o Proprietário quis dar largas ao trolha que há reprimido dentro dele. Pega numa espécie de picareta, empoleira-se no andaime que temos e toca a picar a parede da marquise! Caramba, nunca vi ninguém tão satisfeito por destruir qualquer coisa. Eu fiquei na minha qualidade de repórter a absorver a cena e a registá-la com fotos. Até que ele salta dali abaixo e, estendendo-me e ferramenta, desafia-me a libertar a minha raiva numa singela parede da cozinha. Pois, digo-vos, é realmente de tentar! Aconselho vivamente. Se não estivesse desajustadamente vestida para o acontecimento, tinha-lhe dado ali muito gás! É bom para pensar nas agruras da Vida e... zás, trás, prás!!! Mas, caramba, tanto pó!
A limpeza continua...
Xxx

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

As janelas e a chuva...

Finalmente já vos posso mostrar como estão as tais “janelas” que o Sr. Contratado abriu na parede!! Hoje lembrei-me de levar a máquina. Por isso, sem muitas conversas, hoje deixo-vos algumas fotos das verdadeiras obras. Amanhã talvez já vos mostre o andaime que lá puséram hoje para o Sr. picar os tectos.























Já agora, um apontamento mais bucólico... Hoje choveu um bocado em Lisboa enquanto eu estava lá em casa a tirar as fotos. Delonguei-me a mirar o jardim, sob uma chuvada forte. Agora que já se lhe vê o chão, aquela cena tosca parecia tão tranquila, tão serena, enquanto a chuva tentava lavar-lhe um pouco a cara... Senti-me bem ali, a absorver aquele silêncio, quebrado apenas pelas grossas gotas de água enviadas pelo céu...












Mas rapidamente aterrei do meu sonho, assim que o Sr. Contratado e a sua Esposa (com nome de estrela de cinema!) tocaram à campaínha. Ruidosamente como habitual, foram entrando e queixando-se que têm que fazer alguma coisa especial porque em breve será o seu 6º aniversário de casamento. A Esposa queixou-se inclusivé que está muito gorda e que tem que emagrecer a tempo da comemoração. “Temos que reanimar o casamento, né?” Se alguém souber de alguma dieta milagrosa, esta senhora é toda ouvidos!
Xxx

terça-feira, 23 de outubro de 2007

A nossa Vizinha Lisboa...

O Sr. Contratado e a sua Esposa continuam a trabalhar muito bem. As duas horas que fazem por dia estão a render. Já temos a casa quase toda limpa! Ou seja, “janelas” abertas em todas as paredes, casa-de-banho e cozinha todas fora e a Sra já começou o jardim. Amanhã levo-lhe umas ferramentas de jardinagem que tenho por aqui, a ver se a ajudam. O Sr. amanhã é que já deve ter um andaime para o ajudar a fazer os tectos e depois pode-se entreter a tirar da marquise a pseudo-wc que ainda lá está. A ver se no fim-de-semana já temos tudo, mesmo tudo, limpinho! Infelizmente, eu insisto em esqueçer-me da machine à photo para vos mostrar como a transformação está a correr. Vamos continuar a ter esperança, ok?
Mas hoje tivemos um pequeno contra-tempo. Assim que entrámos lá em casa, tentámos ligar a luz no quadro, que eu tinha deixado desligado, mas algo fez “TRÁU” e o quadro disparou! Voltei a tentar, mas as poucas luzes que ainda funcionam lá em casa, não acenderam. Andámos ali à volta do quadro uns minutinhos, até que entra no átrio do prédio o Marido da Vizinha! O Sr. Contratado diz muito rapidamente “Eli é letricissta! Chama ele!”. Atalhei com “Deixe lá o senhor em paz!”, desejei as “Boas tardes” aos Vizinhos e fechei a porta. Mas perguntei-me em que conversas terá o Sr. Contratado andado com os Vizinhos... Nomeadamente, com a Vizinha! É que a simpática senhora é doutorada em Dar À Língua! Por isso, difícil não deve ter sido. Outro dia, quando eu e o Proprietário andavamos pelo jardim, analisando as possiveis estratégias de limpeza daquele espaço, aparece no outro jardim a dita Vizinha, do R/C Esq, claro está. Apresenta-se, de longe, e deseja-nos “as maiores felicidades”. Ao ver que não nos afastavamos (enfim, estavamos em nossa casa!), aproximou-se do muro que nos divide e empoleirou-se para nos conseguir ver. Lá nos explicou que ali só vivem ela e o marido e que sobrevivem com 110 contos (na moeda antiga) por mês, os dois. Parece que tinham uma empresa (ainda não sabemos quê) mas ele teve um acidente muito grave e teve que deixar de trabalhar. Qualquer frase que a senhora quisesse dizer, começava sempre com “Somos pobres...”. Ofereceu-se para ajudar quando precisassemos e pareceu muito simpática.
Mas, vamos lá ver, estamos a falar de uma senhora reformada, que mora ali desde sempre e que tem que ocupar o seu tempo com alguma coisa! E qual é o seu passatempo favorito? Vá, atirem aí qualquer coisa! CERTO!! Coscuvilhice!! Por isso, uma pessoa tem que sempre ter cuidado.
Mas preocupou-se em saber se precisavamos de alguma coisa, especialmente se a tralha que está no jardim dela nos incomoda. Sinceramente, a gente nem sequer consegue ver o jardim dela, mas cá pr’a mim ela estava era a sondar se dava para a gente limpar o dela também. Tadita, apetece mesmo ligar para aquele programa que arranja as casas das outras pessoas (mesmo sem autorização de todos os donos!!) para lhe fazerem o jeitinho.
À saída, lá estava ela no seu poleiro, que é como quem diz, à janela. É lá que a vejo sempre que vou lá a casa. Ainda ontem estava a contar anedotas às amigas, daquelas que tinha visto na TV na noite anterior. Mas então a senhora vê-nos sair e logo faz o favor de nos apresentar à sua Amiga, que trabalha na clínica ao lado e que por sinal deve saber a vida toda, de todo o bairro e arredores! Também muito simpática, mas com a maior lata do mundo! Tratou logo de perguntar quanto é que tínhamos pago pela casa e porque é que tínhamos ido para ali. Eu confesso que congelei ao embater de frente naquele verdadeiro Alfa Pendular do descaramento! Felizmente, o Proprietário teve mais jogo de cintura e logo nos tirou daquela emboscada.
Enfim, já nos começámos a integrar no bairro. É sempre bom fazer amigos no sítio onde vivemos. Sentirmo-nos isolados é a pior sensação, infelizmente muito presente nas cidades grandes. Contudo, em Lisboa, nos bairros tradicionais, isso nunca aconteceria. As pessoas são genuínas, muito dadas e compreendem o que é viver em comunidade. Foi uma das razões que sempre me puxou de volta a Lisboa. Eu sempre quis voltar ao que conheci durante tantos anos. Fico feliz por certas coisas não terem mudado...
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segunda-feira, 22 de outubro de 2007

O Pepe-Rápido!

Aquele Sr Contratado é um espectáculo! Em 2h30m o homem abriu “janelas” em todas as paredes! É o suficiente para o Engenheiro avaliar a estrutura. Agora só faltam os tectos, mas para isso precisamos de um andaime... Amanhã vou tentar tirar umas fotos para vos mostrar pormenores da estrutura.
Ele é engraçado. Diz coisas do tipo “Vou busscar paper giénico pra mim ssoar o nariz”. Longe de mim gozar com o Sr!! Estou só a partilhar com vocês uma maneira caricata de assassinar a língua de Camões. Mas parece ser uma jóia de pessoa e a sua esposa também. E trabalham ambos muito bem! Se bem que ela hoje não foi. Segundo parece, o catraio deles (já nascido em Portugal, há dois anos) não passou bem a noite. Ele tem um qualquer problema respiratório e teve que fazer umas inalações quaisquer a meio da noite. Tadinho. Não deve ser fácil. A minha experiência imigrante foi bem mais pacífica. É difícil imaginar as dificuldades que esta gente deve passar...
Na sexta-feira passada fomos tratar das primeiras burocracias. Abrimos a conta da EDP para ter luz durante as obras e alinhavámos um plano com a Lisboa Gás e a EPAL. É que os contadores têm que ser mudados de sítio, lá em casa. O da luz está no meio do corredor, num armário com uma linda pintura lá colada.

Os do gás e da água estão na mesma parede, na cozinha.






Enfim, uma salganhada. Por isso, as companhias vão ter que lá ir todas (ou mandar sub-contratados) para mudar as coisas de sítio. Mas, ao menos, luz já temos!
Outra coisa que fizemos foi registar o IMI (modelo 1 do IMI), pedir a isenção do mesmo (durante 6 anos! YUPIIIIIIIII !!) e mudar o domicílio fiscal. Isto foi uma saga que atravessou 3 bairros fiscais: o 3º, 2º e o 4º! Foi o dia todo nisto!! Fizemos cada coisa em seu bairro fiscal, quase. Ah! E cada um deles interpreta a lei de maneira diferente! Ou seja, um deles dizia que podíamos esperar 6 meses até registar a casa e pedir a isenção. Outro dizia que tínhamos que fazer já, porque senão perdíamos o ano de 2007. O último disse que os outros dois eram doidos e que a maior parte das pessoas esperam anos até tratarem destas burocracias. Sinceramente, uma pessoa dá em doida com esta gente!! É tão desesperante, quando nos damos conta que é difícil acertar com o que a Lei quer, já que quem supostamente a aplica interpreta como quer!
Bom, hoje ganha a novela...
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Contando como foi...

Nunca me tinha apercebido do programa “Conta-me como foi”... Já devem ter reparado que me sento em frente à TV para vos escrever. É mais para estarmos todos juntos, aqui em casa. Diz que naqueles tempos, costureiras eram aos milhares!! Hoje em dia... nem vê-las!! E dão tanto jeito...
Bom, hoje ninguém trabalhou lá em casa. Dia santo, bem se vê. Todos merecemos o nosso descanso. Mas demos lá um salto para... dizer “olá”.
Estava limpinha! E o passeio também! Ou seja, o senhor contratado pela Vendedora, mais a sua esposa, tiraram de lá tudo o que era amovível e, vá, lixo. E varreram e tudo! Ficámos satisfeitos por vê-la mais espaçosa e livre da tralha. Estivemos a fazer uma pequena lista das prioridades. O sr Contratado vai voltar esta semana. Parece-nos que ele trabalha bem e já é conhecido do Proprietário e do seu Sócio. Parece de confiança. Por isso, esta semana há mais trabalhinho para ele. Desta vez é descascar paredes! E tem que estar tudo descascadinho até 6ª feira... Passo a explicar.
A semana passada conseguimos levar lá a casa um Engenheiro de Estruturas. Durante as nossas conversas com o Arquitecto, surgiram dúvidas sobre certas paredes que queremos deitar abaixo. Mais uma vez, como Proprietários conscienciosos, quisemos assegurar-nos que não íamos fazer asneira. É que deitar abaixo paredes de um R/C de um prédio de 1910 não é pêra-doce! Não queremos que nos caia o raio do prédio em cima!! Então o Proprietário tratou de falar com um conhecido seu que também se ofereceu para ir dar uma olhada. Somos verdadeiramente sortudos por termos acesso a tanta gente especialista em tantas coisas diferentes, todas elas imprescindíveis para a remodelação da nossa casa. Mas, pronto, o Engenheiro deu lá um salto e explicou-nos que aquele prédio, todo de tabique, ainda foi construído segundo as indicações anti-sísmicas do Marquês de Pombal. Quem diria, hein? Parece que o prédio está construído “em gaiola” que é uma estrutura que foi desenhada para, em caso de sismo, fazer com que as tábuas deslizem umas sobres as outras, conferindo alguma flexibilidade ao edifício, mas não quebrar. Espertalhão, o nosso Marquês, hein? Bom, adianto já que eu não sou engenheira e é natural que tenha feito uma total confusão da explicação, muito por alto, que me deram sobre esta estrutura. Agradeço a quem quiser esclarecer melhor o auditório, que se chegue à frente. Afinal, estamos aqui para aprender uns com os outros! Eu já fiz a minha parte!
Continuando... Neste nosso prédio, só as paredes exteriores do edifício é que são estruturais e não podem ser tocadas. Contudo, as paredes interiores, não sendo estruturais, podem estar a suportar o soalho dos vizinhos de cima (que por azar até são a Vendedora e a sua família). Ou seja, não vale chegar lá com uma marreta e dar-lhe gás! Senão, daqui a 2 meses temos a Sra a pedir-nos indeminizações porque o móvel onde tem o “serviço melhorzinho” tombou e transformou-o num maravilhoso conjunto de cacos para 12 pessoas!
Trocando por miúdos, quais são as implicações práticas desta análise? Primeiro, o Engenheiro tem que nos dizer se as paredes estão mesmo a suportar o soalho dos vizinhos de cima. Depois, se a resposta fôr afirmativa, ele tem que nos aconselhar sobre se podemos reforçar o nosso tecto com vigas ou pilares que substituam as paredes. Caso contrário, as paredes têm que ficar... E isso implica restruturar o projecto do Arquitecto! Enfim, dúvidas e mais dúvidas!
Para já, amanhã há que abrir a porta ao Sr Contratado para ele começar a descascar as paredes. Horário pós-laboral, claro está, que a vida do sr. também não é só isto! Mas já lhe demos uma marreta (fraquinha, de borracha...) e um escopro (melhorzinho). Vou-lhe levar sacos do lixo e uma vassoura, melhor que a toda rebentada que ele lá tem. E a posteriori vamos dar-lhe um pé-de-cabra, para ele poder tirar os rodapés... Sim, meus amigos, dali sai tudo!!! Todas estas ferramentas comprámos numa daquelas grandes superfícies de bricolage. Foi uma imagem para mais tarde recordar: dois gatos pingados a saírem da loja de marreta, escopro e pé-de-cabra na mão! Se quisessemos assaltar um banco, ninguém nos levava a sério...
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domingo, 21 de outubro de 2007

Começaram as limpezas!

Pois é, começámos a nossa obra! Esta é a primeira fase. A fase das limpezas... Quando assinámos o contrato-promessa, ficou explícito que a casa seria vendida “devoluta de pessoas e bens”. Infelizmente, ainda existiam uns monstros lá em casa e a vendedora ficou incumbida de os tirar de lá. É fácil! Liga-se para a Câmara e pede-se uma recolha de monstros. Eles geralmente passam à noitinha, por isso basta que se coloquem as coisas a recolher no passeio o mais tarde possível do dia marcado. A senhora contratou um trabalhador que esvaziasse a propriedade e hoje era o dia marcado. Tanta tralha, senhores!! Louças de casa-de-banho marcadas “Porto 1952”; pedaços e pedaços de madeira avulsos; latas ferrugentas; dezenas de garrafas de bebida, velhas, algumas meio abertas, outras vazias, que concentravam um estonteante cheiro a álcool rançoso, na área por baixo da marquise. Esta é uma zona que temos que manter desimpedida, caso seja preciso os bombeiros acederem às canalizações comuns do prédio. Lá debaixo havia de tudo! Um frigorífico, uma banheira e até esqueletos de gato, pomba e... morcego...! Enfim, eu avisei que aquele jardim era uma selva!!! Mas, pronto, o contratado já tirou de lá a tralha toda. Agora faltam as louças da casa-de-banho e o que resta da cozinha. Próximo passo... Picar paredes!
Mas hoje gostaria ainda de vos contar um episódio caricato que se passou outro dia num qualquer escritório da CML. Como quaisquer proprietários responsáveis, nós marcámos uma reunião com uma arquitecta da CML, para esclarecer o que realmente nos é ou não permitido fazer, quando remodelamos um apartamento. O disparate começou logo quando entrámos nos escritórios, onde ninguém conseguia localizar a pessoa com quem tínhamos marcado a reunião. Quase meia-hora passada da marcada, depois de muitos telefonemas a departamentos vários, começámos finalmente a conversa com a dita arquitecta. Basicamente, pelo que nos disseram, as obras no interior dos apartamentos não necessitam de licenciamento camarário. Apenas precisamos de entregar uma Comunicação Prévia, que informa a CML que decorrem obras naquele imóvel. As alterações às fachadas, frente ou trás, é que precisam de um projecto que seja aprovado pela Câmara. Nós queríamos esclarecer mesmo tudo para não termos surpresas e, apesar da arquitecta se mostrar muitos simpática, não estava minimamente interessada em nos elucidar. Repetia vezes sem conta “Digam ao vosso Arquitecto para me ligar”. Tantas vezes disse isso que começei a desconfiar que a senhora estava a atravessar um momento solitário na sua vida e queria desesperadamente que alguém lhe ligasse! Mas não parecia nada empenhada em nos atender. Queria nitidamente que lhe desamparássemos a loja. Pior ainda, acabou por nos confessar que a CML não tem pessoal para andar a fazer vistorias às obras! Eu acho é que nenhum de nós vai ser burro suficiente para confiar nela.
Saímos dali com a sensação que não termos ido tinha tido exactamente o mesmo efeito. As Câmaras querem que as obras sejam licenciadas, mas não querem ter o trabalho de as fiscalizar. Logo, querem que os munícipes se abstenham de lhes comunicar o que quer que seja, para que se realmente tiverem que fazer alguma coisa, ao menos que seja para multar alguém, que diabo!
Quem nos manda a nós ser cumpridores da lei???
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sexta-feira, 19 de outubro de 2007

O primeiro passo...

Tenho tanto para vos contar... Mas estou-me a distraír com aquele concurso do “Sou tão ignorante que não sei que a água é incolor”... É incrível aquilo que não se aprende nas escolas... Bom, adiante que a minha vida não é isto!
Quando se pensa adquirir uma casa neste estado, a única coisa com que se passa a sonhar dali em diante é... o projecto!! Sim, o projecto arquitectónico de remodelação do andar. Oh meninos, então achavam que a gente se ia pôr a actualizar uma casa que daqui a nada faz 100 anos, para ela ficar airosa e funcional, sem consultar um arquitecto?? Convenhamos!! Achavam que íamos deixar o nosso investimento nas mãos de um qualquer empreiteiro, provavelmente “pato bravo”, hein?? Nada disso!
Tudo bem que o Proprietário tem conhecimentos (e trabalha!) nessa área e talvez nos tenha sido mais fácil aceder a esse tipo de serviços que ao comum dos proprietários, mas também o fizémos porque durante a nossa busca vimos muita coisa feia e, pior!, mal feita!! Estando nós em preparação para habitarmos um R/C, os pés do prédio, não podíamos correr riscos. “Investir agora para colher mais tarde”, é o mote! Apostar numa coisa que ficará bem feita por muitos mais anos e que se veja! Com certeza um dia venderemos esta casa e queremos que quem a comprar faça também um bom investimento.
Mas voltado ao projecto. Como é que se escolhe um arquitecto? Vamos abrir o jogo... O orçamento é apertado. Até pensámos em recorrer a alunos de arquitectura. A nossa sorte é que nos aconselhámos com um fabuloso Arquitecto (conhecido do Proprietário) que se entusiasmou com a perspectiva da renovação de um andar antigo no coração da capital e que logo se prontificou a ajudar. Felizmente, o Arquitecto é uma pessoa com quem ambos temos muitas afinidades estilisticas. Eu confesso que não conheço os meandros do mundo arquitectónico, nem pouco mais ou menos. Sempre pensei que os arquitectos eram pessoas quase inatingíveis, que nos queríam de alguma maneira mostrar o futuro. Atenção! Estou a ser sincera com os meus amigos! Não quero ferir susceptibilidades! Hoje em dia, graças ao Proprietário e à vida à sua volta, conheço alguns arquitectos e aprendi que, afinal, eles estão lá para nos ajudar a tornar os nossos sonhos realidade. Pelo menos os que eu conheço! Tenho visto coisas fantásticas desenhadas por pessoas que eu agora conheço! Nós só queríamos ter uma para nós também...
Então, mostrámos-lhe a planta. Num dia de intenso sol, com o mar por tela e o Edifício Transparente por moldura... Isto em Matosinhos. Aconselho vivamente a visita. Mas então, nesse idílico cenário, salpicado por um nervoso miudinho próprio de uma primeira vez, mostrámos-lhe a nossa aquisição. Falámos sobre o que tínhamos e o que queríamos ter. Sobre o que a casa é e em que nós queríamos que ela se tornasse. Sobre o que era possível e o que era impossível. Sobre o sonho e a realidade... Uns dias mais tarde, tínhamos um projecto inicial. Algo que tinha que ser trabalhado, mas que podia ser trabalhado! Não algo que seria uma criação do nada de outra pessoa, mas um passo em direcção ao nosso sonho. Foi uma óptima sensação...
No dia a seguir à escritura da casa, o Arquitecto veio finalmente ver o nosso espaço, em pessoa. Foi muito bom. Concretizaram-se ideias, descartaram-se outras e afinaram-se detalhes. Há realmente muuuuuuuuuuuuuito a fazer. Paredes a deitar abaixo, paredes a erguer, cozinhas e casas-de-banho a refazer, marquise a melhorar, jardim a criar... uma casa a habitar. Mais detalhes virão se e quando se justificarem. Ou se vocês perguntarem...

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No princípio...

Comecemos então pelo princípio… Como é que se encontra a casa perfeita??? Vamos desde já esclarecer uma coisa: NÃO EXISTE UMA CASA PERFEITA!! A sério, podem confiar, eu comecei esta viagem a achar que se a procurasse o suficiente, encontraria. Mas depois de passar um alucinante ano, basicamente SÓ à procura, começa-se a duvidar. E vimos tantas, taaaaaaaaaantas casas! Se soubésse que ia ver tanta casa, tinha-as registado, à medida que íamos vendo. E depois vê-se de tudo! Quer se especifique exactamente o que se procura ou não, nas agências, eles mostram-nos sempre montes de coisas que não interessam ao menino Jesus. E há, é claro, a queda na realidade. É que por muito que se decida um orçamento antes de começar a pesquisa, esse orçamento vai-se moldando à medida que se vai percebendo o que se consegue verdeiramente por aquele dinheiro. Em geral, as expectativas são sempre superiores à oferta.
Por isso, acho que sim, que tem mesmo que se procurar bastante. Mas tem que se procurar de espírito aberto e com algum poder de encaixe. O que não quer dizer que não se encontre o que se quer! Mas nós ficámos com a sensação que o mais frequente é mesmo um compromisso entre uma coisa que se aproxima da nossa ideia e cabe-nos a nós ajustá-la aos nossos sonhos.
Foi mesmo isso que nos aconteceu a nós. Os nossos requisitos iniciais eram: T3 de 1º andar, construção nova, boas áreas, boa localização no centro de Lisboa, pelo menos um lugar de garagem, acabamentos de qualidade, aquecimento central. E o que conseguimos? Um T4 de R/C alto, prédio de tabique com 97 anos, divisões pequenas, sem garagem nem arrecadação, a precisar de obras totais... E de bónus? Uma selva a tardoz!!
Sinceramente, é difícil explicar como é que acabámos por ficar com esta casa. Mas foi basicamente o que vos tentei explicar atrás. Foi o resultado da viagem entre as expectativas e a realidade. A verdade entre o que queríamos e o que podíamos comprar. E... uma sensação verdadeiramente inexplicável que ambos tivémos que... era mesmo aquela! Como é que se entra numa casa velhíssima, despida de vida, que nos acolhe com um cheiro nauseabundo proveniente de canalizações que não vêem água corrente há meses, e se sente que “é isto”, também não sei dizer. Mesmo assim, ficámos com a sensação que fizémos um bom negócio! Um investimento no nosso futuro! Mas, enfim, tudo se irá revelar quando vier a dolorosa das tais “obras totais”... Até tremo, só de pensar!
Agora é aceitar e respirar fundo... É que pr’a semana começam a picar as paredes...
Bom, eu sei que estou pr’áqui no blá-blá-blá e ainda não pusémos aqui fotos nenhumas. Aqui ficam algumas, de como a casa está agora... Deleitem-se com a nossa “tela em branco”...
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quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Bem-vindos!! :-)

Ora, sejam todos muito bem-vindos a nossa casa! Este é o blogue que segue a par e passo a remodelação da casa que nós comprámos no dia 12 de Outubro de 2007, sexta-feira. Na verdade, agora que penso nisso, este blogue poderia ter começado no dia em que fizémos o contrato-promessa "compra e venda" e assim teríamos também partilhado com vocês, os nossos amigos, o processo da compra.
Esta é sempre uma altura atribulada na vida de qualquer pessoa e a esperança é que, partilhando esta nossa viagem com "o mundo lá fora", possamos descobrir a melhor maneira de ultrapassar os obstáculos. Sim, esses serão com certeza... muitos!!
É que nós não vamos simplesmente comprar uma casinha e "prontos"!! Nós vamos REMODELAR!!! Ah pois!! É que aqui não se fazem coisas por menos. Mas eu passo a explicar. Comprámos um andar da antiga Lisboa. Quem conhece bem Lisboa saberá algumas das caracteristicas destas casas: muitas assoalhadas, tectos altos, quartos pequenos, casas-de-banho nos piores sítios (e.g., na marquise, no nosso caso). Ora, apesar de todas as vantagens destas casas (construção anti-sismica, localização no coração de Lisboa, ambiente de bairro) hoje em dia, este tipo de apartamento já não se revela tão prático como talvez considerassem antigamente... Ou seja, há muito a alterar! De uma casa que em 1910 foi construída como um T4 (tipologia que ainda conserva tal e qual a planta original), queremos passá-la para um T2! Parece loucura, eu sei. Mas quando um dia nos visitarem, vão dar-nos razão, vão ver.
A melhor parte disto tudo, é que temos um enorme jardim! 50m2 de jardim, contra 90m2 de casa! O "logradouro a tardoz" inicialmente parecia uma verdadeira selva! Todo o tipo de insectos, desde as formigas às baratas, dos escaravelhos às joaninhas, muitos deles tendo mesmo conseguido invadir a habitação. Habitava também o jardim uma família de gatos. Enfim, eles ainda lá andam, mas agora que o jardim começou a ser limpo já não lhe acham tanta piada. Mas eram imensos!! A mãe era branca com filhotes de todas as cores e padrões! Vá lá, não tinha roxos, nem verdes, mas brancos, laranja, malhados, pretos... havia de tudo! Uma verdadeira Ágata Ruiz de la Prada do mundo felino! A ver vamos como a Leoparda (a nossa gata!) se vai dar com esta malta toda...
Bom, ao longo dos próximos dias vamos tentar pôr-vos ao corrente do ponto da situação. A modos que ainda não se fez nada, mas queremos pôr aqui algumas fotos da casa como está agora, para poderem ir acompanhando as mudanças. Acho que este blogue nos vai ajudar a pôr as ideias em dia e, no fundo, a passar o tempo, porque, como todos sabemos, obras em casa levam o seu tempo... E nós só queremos vê-la arranjadinha!
Claro que a grandiosa festa de inauguração está prometida! Lista de convidados mediante aprovação dos Proprietários, é claro. Mas podem começar a implorar!
Venham daí então...
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PS - Por razões óbvias, não mencionaremos neste blog a morada em questão, até porque todos os nossos amigos saberão com certeza onde é. Mas aqui fica a fachada, "só naquela"... ;-)