Imortal...

Hoje, um pequeno apontamento de esperança...
Como viémos para Lisboa mais cedo que o normal, aproveitei para passar lá por casa (ou pela “obra”, como o Proprietário gosta de chamar, apesar de que aquilo de obra ainda não tem nada...), para buscar o correio e dar uma olhada ao jardim, já que a sina do R/C é apanhar as cuecas (supostamente lavadas) que os vizinhos insistem em perder para o nosso território. Mal deitei os olhos pela janela, avistei de imediato um magnífico quadro. Deus, a Esperança, a Providência, a Natureza, o Acaso e tudo mais que lhe queiramos chamar, fez nascer no nosso jardim a minha flor favorita: um Jarro!

Lá estava ele, solitário, em toda a sua glória, mirando-me com altivez e transmitindo-me uma enorme força para seguir em frente. Apesar de todas as dificuldades e obstáculos que temos enfrentado nesta nossa aventura, sinto-me hoje com um alento renovado. São pequenos pormenores a que a Vida presta atenção, quando nós mesmos andamos embrenhados no rebuliço do dia-a-dia.
Gostava de vos deixar aqui a foto que lhe tirei com o telemóvel, mas ainda não afinei esse tipo de pormenor técnico. De qualquer maneira, fica uma foto genérica do Jarro. Para vos avivar a memória e acicatar a imaginação.
Xxx

PS – Para os mais cépticos e cínicos, sim, eu sei que o Jarro é uma espécie invasora, que cresce onde houver água. Ainda para mais, é tóxica... Mas não me rebentem a bolha, ok?

CML e os 7 Magníficos...

Meus amigos, começo já por pedir desculpa pela extensão deste post... É que as coisas acontecem tão depressa e em catadupa, que é difícil não ter muito para vos contar. E eu quero contar-vos tudo! Ultimamente tenho vos descrito as angústias da consulta e escolha de empreiteiros. Continuando...
Depois de muito pensar nos três empreiteiros que consultámos, de ouvir (e ler!) muitas opiniões, achámos melhor... pedir mais orçamentos. Três orçamentos (ou, vá, 2, já que o Sr. Arrogante ainda não disse nada) não nos pareceram suficientes para tomarmos uma decisão. Basicamente, nós olhamos para os valores que eles nos dão e para as suas diferentes abordagens e como não temos termo de comparação, já que eles são tão diferentes entre si, acabam por não nos dizer nada! Por isso decidimos pedir mais 3 orçamentos. Escolhemos 3 empresas da área de Lisboa que fizéssem remodelações de edifícios antigos, respirámos fundo e... fomos a eles! Entretanto, este blog começou a dar os seus frutos e uma Anónima sugeriu-nos uma outra empresa que já tinha contactado. Estamos-lhe muito gratos, resulte ou não para nós. A ideia deste blog era precisamente pôr as pessoas a interagir umas com as outras e iluminarmo-nos uns aos outros numa área que poucos conhecemos. Estou muito feliz por termos conseguido este contacto com “o Mundo lá fora”...
Enfim (limpando o canto do olho)... Nas últimas semanas, o Proprietário tem andando a mostrar a casa a estes 4 empreiteiros-extra e é com prazer que vos apresento... TA-DAAAAA...os 7 Magníficos!
1 – Sr. Entusiasmo
2 – Sr. Contenção
3 – Sr. Arrogante
4 – Sr. Bimbo
5 – Sr. Batomilha
6 – Sr. Delicado
7 – Sr. Desinteresse
O Proprietário está preocupado que possamos estar a ferir susceptibilidades ao atribuir adjectivos para nomear os empreiteiros. Já eu, acho que se deve dar liberdade criativa a quem dá os dedos ao manifesto! Estas são as primeiras impressões que cada um dos personagens nos transmite. Mas não vamos demorar-nos mais sobre estas picuinhíces.
Ora bem, daqui a 2 semanas vamos de férias. Uma semaninha longe destas confusões! O nosso objectivo é decidir qual dos empreiteiros é que vai merecer remodelar o nosso cantinho, antes de irmos. Vamos lá ver é se os tipos mandam todos os orçamentos a tempo e horas. Uma coisa é certa, o único que realmente disse que não precisamos de reforçar as estruturas do tecto, foi o Sr. Entusiasmo... Eu não sei de nada, mas já ninguém me tira o pilar e nem as vigas!!
Bom, enquanto esperamos, outras coisas vão acontecendo... Nós podemos estar parados, mas a vida continua lá fora...
Outro dia recebemos pelo correio uma carta da CML. Era a resposta à Comunicação Prévia! Apesar de terem passado os 30 dias que eles têm para nos responder, a resposta chegou tarde e mal. Afinal, apesar de já ter passado o prazo deles e de nós termos o direito de começar a obra ao 31º dia, eles ainda podem emitir pareceres desfavoráveis à Comunicação Prévia. Ou seja, se nós tivéssemos começado a obra e lá fosse a fiscalização, eles poderiam embargar a obra! Isto realmente é um nível de demagogia absolutamente incrível. Ou talvez não! Adiante... No nosso caso, eles alegaram que nós iríamos alterar a estrutura resistente do prédio. E, reparem, decidiram isto sem sequer terem lá ido ver do que se tratava! As plantas do projecto não têm informações nenhumas sobre isso. São “supônhamos”!! Ora, como nós sabemos que isso é mentira, o Proprietário foi logo a correr à CML tirar isto a limpo com os funcionários qualificados que assinaram a carta que nos foi enviada. É claro que às 5 da tarde já não se apanha ninguém acima do nível dos funcionários que atendem directamente os cidadãos. Mas isto não quer dizer que não se encontrem pessoas extremamente prestáveis atrás do balcão. O Proprietário conseguiu falar com um tal de Sr. Gordinho, que até se deu ao trabalho de analisar o processo que tínhamos entregado com a Comunicação Prévia. Esse simpático senhor limitou-se a conseguir confirmar o que já sabíamos; o processo não tem informações nenhumas sobre estruturas resistentes! Ou seja, eles limitaram-se a inferir, erradamente, que algo ali fazia parte da estrutura resistente do prédio. O Sr. Gordinho aconselhou o Proprietário a voltar na manhã seguinte para tentar apanhar a Arquitecta e/ou a Engenheira em causa. Incrivelmente, ele até se ofereceu para ligar para o telemóvel do Proprietário assim que chegasse à CML a fim de o informar se as tais senhoras já tinham chegado ou não. A modos que achámos que a esmola era grande...
Ao outro dia, estávamos lá os dois batidos, o mais cedo que conseguimos – nessa manhã era também dia de falar com empreiteiros... Mas lá fomos à procura de pelo menos uma das senhoras. Qualquer uma delas! Só conseguimos falar com a Engenheira e pelo telefone! Devia estar muito ocupada a inventar estruturas resistentes num outro prédio qualquer. Bom, graças a Deus que foi o Proprietário a falar com a Engenheira. Sendo ele também engenheiro (sim, inscrito na Ordem!), lá se pareceram entender. Foi uma longa conversa. Para vos tentar resumir a argumentação, ela achou que uma parede que ela sabia que era de tabique (ou seja, nunca seria parte da estrutura resistente!) e que de acordo com os planos vai ser removida, era alterar a estrutura resistente. Não foi preciso muito para ela se sair com a fantástica tirada “Esta é a minha opinião. Se outro especialista tivér outra opinião, é claro que é igualmente válida”. Traduzindo: “Eu, para justificar o meu salário, de vez em quando tenho que recusar alguns pedidos e o vosso foi o que calhou na rifa.. Mas se protestarem, eu tiro outro do chapéu! Não seja por isso...”. É basicamente com estas linhas que uma pessoa se cose. Ah e mais! Tanto o Sr. Gordinho como a Engenheira, aconselharam-nos a esperar pelo dia 9 de Março. Diz que entra em vigor a lei 60/2007. Segundo eles, com esta lei a gente pode fazer as obras sem dar cavaco às tropas. Só que nós, que já não somos totalmente ingénuos, fomos ler a lei (toda não... que aquilo são dezenas e dezenas de páginas!! Lemos na diagonal... entra por osmose!) e ainda não conseguimos descortinar lá uma única alínea que diga clara e definitivamente que o nosso caso fica isento de Comunicação Prévia. É que eu não entendo como é que eles vão controlar quem é que está ou não a mexer nas estruturas resistentes dos edifícios. Senão, vejamos. Nós não vamos mexer nas estruturas resistentes, entregámos o nosso projecto e eles acabaram por achar que sim, que as vamos alterar (mesmo que seja mentira!). O vizinho do lado, que não vai na mesma mexer nas estruturas, resolve não entregar Com Prévia, já que de acordo com esta lei, as obras de interior vão ficar isentas de Com Prévia. Nós levávamos visitinha da fiscalização, o vizinho do lado, não. Com certeza, não preciso de dizer mais nada. Já perceberam a minha dúvida, correcto? Resumindo, nós não vamos correr riscos. Por um lado, já tínhamos decidido que o nosso tecto (isto é, o chão do vizinho de cima) vai ser reforçado, só mesmo por descargo de consciência. Por outro, a CML já lá tem o nosso processo arquivado e, mesmo depois da nova lei entrar em vigor, eles podem, se quisérem, vir atrás de nós por qualquer outra coisa que queiram inventar na hora. Daí termos decidido que vamos voltar a contactar o nosso Engenheiro de Estruturas e pedir-lhe que nos passe uma declaração de como ele assegura que a estrutura resistente do prédio não será afectada. Segundo a Engenheira, neste caso vamos ter que entregar uma Com Prévia nova, mas eles já nos permitem pedi-la com Economia Processual, o que significa que eles vão desenterrar o nosso processo das catacumbas e juntam-lhe a declaração do Engenheiro. Volta é a ser totalmente reapreciado... São mais 45 dias! Mas aí já nós estaremos em obras, se Deus quiser. Não vamos ficar à espera de mais uma estupada... Nem mortos!!!
Ufa... Já estão cansados? Foi desta que vos venci? Quantos conseguiram ler este post de uma acentada?
Xxx
PS – Não fiz justiça ao Sr. Gordinho... Não é que na manhã seguinte a ter falado pessoalmente com o Proprietário, ele ligou-lhe realmente para o telemóvel a dizer que as senhoras já tinham chegado e que já lá podíamos ir!! Assim, quem é que perde a fé na competência de alguns? Vivó Sr. Gordinho!!

Mistérios...

A trama adensa-se... Hoje finalmente ganhámos coragem e fomos ao encontro do director de um dos hotéis que o Sr.Entusiasmo dizia ter ajudado a construir. Um Director muito simpático, muito prestável e que não só conversou connosco com toda a disponibilidade, como nos mostrou o hotel, um dos quartos, o restaurante, sem lhe termos pedido nada. Mas quando lhe perguntámos pelo nosso personagem-mistério, ele disse nunca ter ouvido falar do homem nem da empresa. Falou-nos das 2 empresas (ambas grandes e de renome) que realmente trabalharam na reconstrução do edifício e até nos deu os contactos de quem nos poderia elucidar sobre empresas mais pequenas que possam ter sido eventualmente sub-contratadas durante a obra. Resta-nos saber se a do Sr.Entusiasmo foi uma delas.
Por outro lado, fomos a outro prédio que ele nos tinha mostrado e que supostamente também estava a remodelar a caixa de escadas. Essa obra já está pronta e tentámos obter informações com a porteira. Infelizmente, a simpática senhora não nos soube dizer grande coisa, mas facultou-nos o contacto de uma das moradoras do prédio que aparentemente moderou a contratação do construtor. Ainda não obtivémos resposta.
Antes de me despedir por hoje, queria só esclarecer um ponto que tem sido focado nos vossos comentários. Quando eventualmente decidirmos sobre o empreiteiro que vamos contratar, vamos fazer um contrato com o escolhido, explicitando a maior quantidade de pormenores que conseguirmos. Isto para nos protegermos de eventuais flutuações no preço. Os valores envolvidos na obra, os prazos de execução e multas aplicáveis ao empreiteiro por incumprimento de prazos ou orçamentos serão alguns dos pormenores contemplados no contrato. São tudo detalhes que são normalmente aceites em contratos entre empresas e nós vamos adoptar essas práticas para protegermos a nossa casa (e o nosso bolso!). Agredecemos a vossa preocupação, mas quando o tempo chegar contar-vos-emos todos os pormenores desse mesmo contrato, para vossa consideração.
Em suma, já começámos as nossas investigações! Fiquem ligados para não perderem pitada!!
Xxx

Comichões...

Pois é, meus amigos, é desta que preciso da vossa ajuda.
Mas primeiro, uma notinha de Boas Vindas aos meus novos velhos-amigos, aos meus reencontros com o passado. Que sejam todos muitos bem-vindos às minhas impressões sobre o Mundo das obras de remodelação e os seus meandros. Eu sei que parece estranho ter um blog sobre a remodelação de um andar centenário na nossa Lisboa milenar, mas há espaço p’ra todos! Juntem-se a nós! Dêem-nos vossas opiniões e vossas ideias. É para isso (e muito mais!) que aqui estamos. Mas, enfim, convinha que se puséssem ao corrente da história... Eu sei que escrevo demais e ponho fotos a menos... Vou tentar emendar-me. Ou não... fiquem atentos!
Mas dizia eu que preciso da vossa ajuda. Basicamente, ainda só temos um orçamento. In-Felizmente, é um orçamento dentro do nosso próprio orçamento... Estão confusos, certo? Este facto deveria fazer-nos saltar de alegria! Pois, mas somos portugueses! Verdadeiros “tugas”! E, como tal, qual é a primeira coisa que fazemos quando algo vem de encontro às nossas expectativas? Desconfiamos!! Este orçamento vem directamente da empresa do Sr. Entusiasmo. Posso já adiantar que o Sr. Contenção ainda não disse nada e que o outro empreiteiro a quem pedimos orçamento, o Sr. Arrogante, não recebeu o email com o mapa de quantidades até hoje, por isso ainda vai demorar mais. Mas então, o Sr. Entusiasmo deu logo o seu parecer 1 ou 2 dias após o nosso encontro (ou o idílico dia que com ele passámos percorrendo Lisboa como que um catálogo das suas obras, seguindo-se um agradável almoço com sua esposa... ai...). Ora bem, ele mandou-nos o seu orçamento sob a forma de um valor total, em vez de ter dado o valor para cada item do mapa. “A obra é dinâmica...!” A típica verborreia brasileira. Mas aí é que está! Um gajo que aparentemente tem tudo o que nós queremos, com o orçamento que nós queremos, tinha logo que estragar tudo sendo evasivo e pouco explícito com os pormenores! Eu sou (quase!) obcecada com pormenores e este tipo de desvio faz-me... urticária mental! Por outro lado, o meu lado mais ingénuo e crédulo (redundância?) coça-me sempre a orelhinha com aquela pequena dúvida de que se calhar ele é realmente tudo o que diz (arquitecto, filho de americano, campeão mundial de ju-jitsu) e nós podemos acabar por escolher um outro gajo e pagar mais por isso sem necessidade nenhuma!!! Neurose??? É... Eu sei que de fora tudo isto deve parecer patético, mas vocês têm que compreender como isto é confuso e angustiante! É que o pior é que de certeza que ele vai ser o empreiteiro mais barato e nós podemos não ter opção de escolha, se os outros orçamentos forem mais caros. A gente meteu-se nesta aventura sem grande espaço de manobra... Acreditem!
Bom, mas eu queria pedir-vos ajuda. Não só queria as vossas opiniões, como também gostaria de saber se alguém sabe de maneiras de descobrir coisas sobre empresas. Ou seja, nós queremos certificar-nos das referências que ele nos deu. Mas a única maneira que até agora nos ocorreu de verificar isso é falar directamente com as pessoas. Agora, o Sr. Entusiasmo nunca nos deu permissão para fazermos isso... Poderia não gostar se viésse a saber.... Não adianta sugerir Googlar a empresa. Já tentámos isso e nada! Também pensámos em recorrer ao site da Coface. Ele está lá registado, mas para sabermos mais informações temos que pagar. Antes de fazermos isso, queríamos saber se essa informação nos vai ajudar. Alguém faz ideia de como a Coface obtém as suas informações? São as empresas que facultam ou obtém dos orgãos estatais? De qualquer maneira, referências de clientes é sempre a melhor maneira... Alguém tem mais ideias??
Vá, toca a queimar neuróniozinhos pelos amigos. Trocam-se ideias por passes VIP para a grandiosa festa de inauguração do “palácio”!
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