quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Casa selada!

Hoje fechámos a casa! Reparem, fechámos no sentido literal! Agora já temos as janelas todas, da frente e de trás e assim a casa já fica fechada por todos os lados. Já se sente o silêncio... e também já se sente o cheirinho a tinta...! Sim, porque o primário já está nas paredes! Já se começa a ver uma casa, ali. O chão já começou a ser reparado, logo também já está fechado. Já temos a nossa casinha (quase!) hermética. “E porque é que isto é tão importante?”, perguntam vocês. Porque desde a demolição que a casa tem estado aberta a todo o tipo de invasões vindas do jardim. Ultimamente, foram as pulgas! Quer dizer, as pulgas que vieram de boleia com os gatos, claro. Mas era estranho porque os gatos sempre lá estiveram e de repente as pulgas “vivem” em nossa casa. Mas milhares delas! Era entrar lá e vê-las a saltarem-nos às pernas! Era horrível! Tanto que resolvemos chamar uma empresa de desinfestação para resolver aquele problema. Por entre remendos do chão, conseguiram descobrir que o que se passou foi que uma gata tinha ido ter os seus filhotes por baixo do nosso chão. Com todas as movimentações das obras eles devem-se ter assustado e ela levou-os de lá... Todos... menos um! Um desgraçadinho ficou para trás e não resistiu. Infelizmente, as pulgas acabaram por se aproveitar dos seus restos mortais e fizeram ali os seus ninhos. Dali a uma verdadeira infestação, foi um pulinho! Mas lá descobriram o pequenito, retiraram-no e já fizeram as duas pulverizações do tratamento anti-pulga. Depois de afagar o chão, vão também fazer o tratamento anti-caruncho ou anti-bicho, ou que é.
Agora, um episódio pleno de comicidade. A minha compincha de bancada contou-me que, no dia a seguir ao episódio “fogueira no jardim”, ela estava a passear ali na zona com uma amiga que lhe disse que uma outra amiga delas morava ali, mas que estava muito desiludida com o bairro. Segundo essa terceira moça, o sítio estava cheio de “selvagens”. Tendo a minha colega interesse no assunto continuou a questioná-la, ao que a rapariga contou que a amiga lhe confessou que aquilo estava tão mau que “os selvagens do prédio ao lado” até tinham acendido uma fogueira no jardim!! Ou seja, meus amigos, o Mundo é uma autêntica ervilhita e nós, que nem lá moramos ainda, já temos má fama e apelido de “selvagens”! Lisboa não perdoa!
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quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Mestres do surreal...!

Meus caros, isto começa a atingir proporções ridículas, mergulhando sem medos no surreal, roçando o patético e esboçando o inacreditável. Comentava eu ontem com colegas que há certas coisas que contadas ninguém acredita. Vocês, desse lado, devem começar a achar que a nossa necessidade de atenção é tão extrema que até já enveredámos pelo recurso à imaginação para ter alguma coisa que escrever aqui. Pois, que um raio me fulmine já, se não vos conto a mais pura das verdades. Tanto que a hipótese de transformar este blog em livro (ou mesmo em filme, com a Cate Blanchett a fazer o meu papel... é que somos iguaizinhas! Co’a breca... oiço trovões!), começa a parecer cada vez mais possível, já que há situações que são dignas de um qualquer argumento. Aviso-vos: se alguma vez acharam que o ser humano comum, o transeunte mais banal da nossa praça, já deixou de vos surpreender, é mesmo só porque não estão atentos. As pessoas andam completamente tresloucadas, é só abrir os olhinhos! Mas basta de introduções! Vamos à prosa!
Segunda-feira foram entregar a janela da marquise! Ou “da montra”, como lhe chamaram os homens. É que é mesmo colossal! Mas começou logo bem. Um dos dois vidros chegou rachado. Uma racha mínina num cantinho, mas seja como fôr, é uma racha. Acordou-se continuar com a operação, já que o vidro pode ser substiuído à posteriori e in situ, e como é laminado não há perigo de estilhaços. Portanto, take 1: a janela entra!






















Este era o nosso maior medo, já que não tínhamos a certeza se um elemento rígido daquela envergadura passaria nas apertadinhas esquinas do corredor. Mas entrou e até facilmente.
Take 2: a janela tem que ser colocada nas calhas e não está a entrar. Tiveram que remover alguns azulejos do chão.

















Take 3: ainda não entra e já não se percebe bem porquê.
Take 27: depois de muito afinar, afinal já entrou, mas não corre.
Take 43: teve que se picar parede para ela correr... mas ainda não corre.
Take 68: já se estragou e removeu uma das calhas porque afinal a janela não corre devido ao desalinhamento entre as calhas de cima e de baixo.
















Resumindo: a janela está encravada entre as calhas existentes e eles voltam para a semana para resolver o problema (vulgo, alinhar as calhas e colocar mais rolamento na caixilharia da janela). Escusado será explicar que tudo isto poderia ter sido evitado se o encarregado da empresa que lá foi há umas semanas ver se o local estava pronto a receber a janela, tivesse feito o seu trabalho em condições. Mais uma vez sublinho: estamos rodeados de incompetentes!!!
Como se tudo isto não fosse suficiente, ainda há mais disparate pela frente. Para que a janela entrasse em casa, a nossa porta de casa teve que ser removida. Mas como não íamos remover aquilo à bruta, pedimos ao carpinteiro que nos está a fazer as portas dos quartos que a fosse lá tirar e pôr de volta depois da janela entrar. Ele fez o que lhe competia, mas quando lhe ligámos para ele vir pôr a porta no lugar ele disse ao Proprietário que não dava jeito nenhum que nós estivéssemos por perto e que depois explicava. Mas quem é que diz isto??? Ele deu-nos um toque quando estava a chegar e nós escondemo-nos na pastelaria. Eu estava parva prá minha vida! Impedida de entrar em casa por um lunático! Enfim, ele colocou a porta e foi ter connosco. Lá nos explicou que estava a tentar expulsar a mulher que vive em casa dele, da casa dele. Mulher essa que o Proprietário já tinha visto anteriormente com ele e que tinha identificado como namorada dele, pela maneira como interagiam. Então, parece que o carpinteiro “engrupiu” a gaja dizendo que ela tinha que sair de lá porque ele tinha vendido a casa e quando ela o confrontou sobre a quem é que ele a tinha vendido, ele olha para o telemóvel e a última chamada que tinha era do Proprietário, logo deu-lhe esse nome. Ela quis confirmar isso e veio atrás dele a nossa casa para nos confrontar a nós! Eu sei, eu sei, vocês já começam a duvidar desta patetice toda. Mas agora imaginem nós, que temos que lidar com isto!!! É incrível e de certeza que está tudo doido!
Mas... quando eu já contava isto à minha colega mais próxima (que atura estas crises diariamente, com paciência de santa!), já em jeito de desabafo de desespero de causa, indagando se nos faltava acontecer alguma coisa... eis que toca o telefone. Lendo no visor do telemóvel que quem me ligava era a vizinha do 4ºandar, o meu sangue gelou. Ao telefone eu falava com uma rapariga (que deve ser mais ou menos da minha idade) completamente transtornada porque tinha acabado de chegar e tinha a casa cheia de fumo. Ora bem, o que se passou foi que o nosso mais recente Contratado (que por sinal, juntamente com o seu colega, fazem um magnífico par de “trolhas”, dignos de uma tira de banda desenhada!) tinha decidido que queria fazer uma fogueira no jardim! Considerem ainda que o nosso jardim, além de estar uma completa selva, serve de armazém para tudo o que é madeiras e tralha das obras, tudo material extremamente inflamável. Mas, pronto, na sua infinita sabedoria, ele decidiu que queria limpar o jardim (como se não tivesse mais nada que fazer!), podou a nespereira e queimou as folhas. Há quem diga que ele tinha boa intenção, coitadinho. Eu... eu digo que de boas intenções, está o inferno cheio!!!! Isto num prédio sem seguro de incêndio... Surreal!!!!! Infelizmente, quando as vizinhas assustadas lhe pediram para apagar o fogo, ele achou que elas estavam a chingá-lo e insultou o mulherio todo. Palavrões do pior! Nós só não o mandámos embora porque ele pediu desculpa às senhoras e nós estamos desesperados para acabar a casa...
Desculpem, eu sei que já estão fartos. Incrivelmente, eu ainda tenho muito para contar. Mas deixo para outro dia. No próximo episódio, contar-vos-ei como estamos a livrar de uma praga... Não percam! Brevemente, no blog do costume...

Xxx

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Back in business!!

Estamos com certeza! Este é o meu lado positivo... Não queiram conhecer o meu lado pessimista! Mas acreditem que existe. Todo este processo tem sido de aprendizagem a um ritmo vertiginoso. Não só a nível pessoal e social, como a nível técnico. A modos que já dou aulinhas de montar pladur e afins aos meus colegas. Mas confesso que tenho os meus dias maus em que mal posso ouvir falar desta casa. Eu já conheço todos os clichés (“sabias que ia ser difícil” “são fases” “no fim vais achar que valeu a pena” etc etc etc...) mas esta casa (por sinal a minha primeira casa) estará para sempre ligada a esta saga e terá sempre muito que contar. Pronto, quem está de fora diz sempre que assim é que é giro, construir as coisas do zero, ter histórias para contar. E eu sei que a vida é isto mesmo! Mas não deixa de ser difícil atravessar momentos de suspense doloroso, de não saber se a casa vai ficar com qualidade, de não saber se vai sequer ficar acabada, de sentir que nos estão sempre a tentar passar a perna, que se me distrair há logo um gajo qualquer que me vai tentar engrupir com qualquer balela, que confiei nas pessoas (pela simples razão que não tinha razões para duvidar ou porque queria ser justa ou dar uma segunda oportunidade!) e que me traíram... É uma situação de constante tensão que não mata, mas mói, até lá muito perto a maior parte das vezes! Ninguém gosta de passar por isso, por mais histórias que depois tenhamos para contar aos netos!
Bom, não sei o que me deu para desabafar desta maneira. Desculpem. O que vocês querem, sei eu! Fotos, não é? Mas com umas descriçõezinhas leves à mistura, pode ser? Ora bem, temos as paredes feitas e emassadas. Vá, quase todas. Olhem só...


A electricidade está no ponto de só faltar colocar os interruptores. A marquise está só à espera de receber as janelas (enfim, já estava assim há algum tempo, mas faltava um niquinho do chão). Falta acabar de colocar os azulejos nas casas-de-banho e fixar as louças. Falta colocar os fechos nas janelas da frente... Eh pá, já não me lembro se vos tinha dito que já temos janelas da frente! Sim, voltaram lindas e imaculadas! Dá gosto! Mas vieram sem fechos... Falta afagar e envernizar o chão, depois de feitos um ou outro remendo.
Planos para as próximas semanas? Começar a pintar. Colocar as janelas que faltam. Mandar fazer as portas. Acabar as casas-de-banho, de uma vez (é que já enjoa ver aquilo a meio...)! Encomendar os interruptores e os espelhos e vidros que faltam. O Sr. das Cozinhas vem tirar as últimas medidas. Lembrem-se que ela foi encomendada à parte. É tão linda! Enfim, no papel...
Espero da próxima vez já vos trazer fotos da nossa enorme janela para o jardim... Por hoje, over and out!
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