quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Mestres do surreal...!

Meus caros, isto começa a atingir proporções ridículas, mergulhando sem medos no surreal, roçando o patético e esboçando o inacreditável. Comentava eu ontem com colegas que há certas coisas que contadas ninguém acredita. Vocês, desse lado, devem começar a achar que a nossa necessidade de atenção é tão extrema que até já enveredámos pelo recurso à imaginação para ter alguma coisa que escrever aqui. Pois, que um raio me fulmine já, se não vos conto a mais pura das verdades. Tanto que a hipótese de transformar este blog em livro (ou mesmo em filme, com a Cate Blanchett a fazer o meu papel... é que somos iguaizinhas! Co’a breca... oiço trovões!), começa a parecer cada vez mais possível, já que há situações que são dignas de um qualquer argumento. Aviso-vos: se alguma vez acharam que o ser humano comum, o transeunte mais banal da nossa praça, já deixou de vos surpreender, é mesmo só porque não estão atentos. As pessoas andam completamente tresloucadas, é só abrir os olhinhos! Mas basta de introduções! Vamos à prosa!
Segunda-feira foram entregar a janela da marquise! Ou “da montra”, como lhe chamaram os homens. É que é mesmo colossal! Mas começou logo bem. Um dos dois vidros chegou rachado. Uma racha mínina num cantinho, mas seja como fôr, é uma racha. Acordou-se continuar com a operação, já que o vidro pode ser substiuído à posteriori e in situ, e como é laminado não há perigo de estilhaços. Portanto, take 1: a janela entra!






















Este era o nosso maior medo, já que não tínhamos a certeza se um elemento rígido daquela envergadura passaria nas apertadinhas esquinas do corredor. Mas entrou e até facilmente.
Take 2: a janela tem que ser colocada nas calhas e não está a entrar. Tiveram que remover alguns azulejos do chão.

















Take 3: ainda não entra e já não se percebe bem porquê.
Take 27: depois de muito afinar, afinal já entrou, mas não corre.
Take 43: teve que se picar parede para ela correr... mas ainda não corre.
Take 68: já se estragou e removeu uma das calhas porque afinal a janela não corre devido ao desalinhamento entre as calhas de cima e de baixo.
















Resumindo: a janela está encravada entre as calhas existentes e eles voltam para a semana para resolver o problema (vulgo, alinhar as calhas e colocar mais rolamento na caixilharia da janela). Escusado será explicar que tudo isto poderia ter sido evitado se o encarregado da empresa que lá foi há umas semanas ver se o local estava pronto a receber a janela, tivesse feito o seu trabalho em condições. Mais uma vez sublinho: estamos rodeados de incompetentes!!!
Como se tudo isto não fosse suficiente, ainda há mais disparate pela frente. Para que a janela entrasse em casa, a nossa porta de casa teve que ser removida. Mas como não íamos remover aquilo à bruta, pedimos ao carpinteiro que nos está a fazer as portas dos quartos que a fosse lá tirar e pôr de volta depois da janela entrar. Ele fez o que lhe competia, mas quando lhe ligámos para ele vir pôr a porta no lugar ele disse ao Proprietário que não dava jeito nenhum que nós estivéssemos por perto e que depois explicava. Mas quem é que diz isto??? Ele deu-nos um toque quando estava a chegar e nós escondemo-nos na pastelaria. Eu estava parva prá minha vida! Impedida de entrar em casa por um lunático! Enfim, ele colocou a porta e foi ter connosco. Lá nos explicou que estava a tentar expulsar a mulher que vive em casa dele, da casa dele. Mulher essa que o Proprietário já tinha visto anteriormente com ele e que tinha identificado como namorada dele, pela maneira como interagiam. Então, parece que o carpinteiro “engrupiu” a gaja dizendo que ela tinha que sair de lá porque ele tinha vendido a casa e quando ela o confrontou sobre a quem é que ele a tinha vendido, ele olha para o telemóvel e a última chamada que tinha era do Proprietário, logo deu-lhe esse nome. Ela quis confirmar isso e veio atrás dele a nossa casa para nos confrontar a nós! Eu sei, eu sei, vocês já começam a duvidar desta patetice toda. Mas agora imaginem nós, que temos que lidar com isto!!! É incrível e de certeza que está tudo doido!
Mas... quando eu já contava isto à minha colega mais próxima (que atura estas crises diariamente, com paciência de santa!), já em jeito de desabafo de desespero de causa, indagando se nos faltava acontecer alguma coisa... eis que toca o telefone. Lendo no visor do telemóvel que quem me ligava era a vizinha do 4ºandar, o meu sangue gelou. Ao telefone eu falava com uma rapariga (que deve ser mais ou menos da minha idade) completamente transtornada porque tinha acabado de chegar e tinha a casa cheia de fumo. Ora bem, o que se passou foi que o nosso mais recente Contratado (que por sinal, juntamente com o seu colega, fazem um magnífico par de “trolhas”, dignos de uma tira de banda desenhada!) tinha decidido que queria fazer uma fogueira no jardim! Considerem ainda que o nosso jardim, além de estar uma completa selva, serve de armazém para tudo o que é madeiras e tralha das obras, tudo material extremamente inflamável. Mas, pronto, na sua infinita sabedoria, ele decidiu que queria limpar o jardim (como se não tivesse mais nada que fazer!), podou a nespereira e queimou as folhas. Há quem diga que ele tinha boa intenção, coitadinho. Eu... eu digo que de boas intenções, está o inferno cheio!!!! Isto num prédio sem seguro de incêndio... Surreal!!!!! Infelizmente, quando as vizinhas assustadas lhe pediram para apagar o fogo, ele achou que elas estavam a chingá-lo e insultou o mulherio todo. Palavrões do pior! Nós só não o mandámos embora porque ele pediu desculpa às senhoras e nós estamos desesperados para acabar a casa...
Desculpem, eu sei que já estão fartos. Incrivelmente, eu ainda tenho muito para contar. Mas deixo para outro dia. No próximo episódio, contar-vos-ei como estamos a livrar de uma praga... Não percam! Brevemente, no blog do costume...

Xxx

2 comentários:

Anónimo disse...

Acresce dizer q é estritamente proibido pela legislação portuguesa de qualidade do ar, a queima descontrolada de resíduos a céu aberto. Safaste-te foi de uma multa!!
Olha, que era da vida sem estes pequenos episódios que nos farão rir quando os contares à Rachelle ao jantar, na tua magnifica sala cheia de luz natural, daqui a uns meses?
Vê as coisas pelo lado do copo cheio, e pelo sim pelo não, vai acender uma velinha à Vossa Senhora dos Aflitos...

Beijos

P.S.
O que mais gostei foi de ver o carequinha, numa das fotos!!!
Muitas saudades...

Proprietário disse...

Meu caro, fico à tua espera para umas bejecas à sombra da nespereira.

Um abraço