terça-feira, 27 de novembro de 2007

Comunicação quase impossível...!

Ora bem, parece que nada é tão simples quanto... parece! Lá fui eu, de Comunicação Prévia debaixo do braço, à Câmara. Depois de uns dias alucinantes a tentar compilar todos os documentos necessários, foi só chegar lá, entregar, esperar que o funcionário a lê-se de uma ponta à outra e... devolver-ma! É verdade, fui lá para me dizerem que afinal há coisas a corrigir e, inclusivé, temos um documento errado. Sabem como é, fala-se com um que nos diz uma coisa, mas quando se fala com outro, o documento muda. E depois querem que renunciemos à violência...
Ou seja, trouxe o processo de volta para casa e seguiram-se telefonemas ao Proprietário para que conseguisse junto do Arquitecto as alterações a fazer. Esperamos entregar a versão final, corrigida e anotada, da Comunicação Prévia ainda esta semana. Depois disto tudo e considerando o facto que ainda estou lúcida e de razoável bom humor... quem é que precisa de yoga??
Uma das coisas que nos temos lembrado por estes dias, é que se viermos a alterar a zona da marquise e quisérmos mudar os envidraçados, vamos ter que licenciar essa parte da obra. Sim, é um processo totalmente distinto deste da Comunicação Prévia. Passo a explicar, em termos muito simples (onde é que eu já ouvi isto???), as obras feitas no interior dos apartamentos que não impliquem alterações às fachadas da frente ou de trás do edifício (como por exemplo, mudar as caixilharias das janelas... sim, meninos e meninas, isso conta como alteração à fachada!), não necessitam de licenciamento camarário. Quer isto dizer que o processo não necessita de aprovação pelos arquitectos da Câmara. Teoricamente, pode-se fazer o que se quisér, se bem que considerando que muito mal se pode fazer dentro de um apartamento (como por exemplo alterar estruturas sem as reforçar, dando origem a abatimentos de chão nos vizinhos), não percebo porque é que os agentes camarários não se preocupam com a possível prevenção deste tipo de situações. Por outro lado, é claro que torna o processo mais simples, mas será suficientemente seguro? Portanto, nós agora entregamos a Comunicação Prévia para podermos começar as obras propriamente ditas. Uma vez começada a obra, entregaremos um pedido de licenciamento para as obras da fachada a tardoz. O plano é que a licença seja aprovada enquanto decorrem as obras no interior. Até aqui, tudo fino! O grande problema é que as obras de fachada precisam do acordo do condomínio. Visto ainda não termos condomínio formado, vamos ter que andar de porta-em-porta de projecto na mão a pedir autorização a todos os vizinhos. Estúpido, não é? Temos que ter a autorização de gajos que nunca irão ver essa alteração da fachada, a menos que nós deixemos! E se bem se lembram, há um certo vizinho que já começou esta viagem caminhando na direcção contrária... Vai ser bonito, vai...
Noutras notícias, este fim-de-semana fomos escolher louças e torneiras de casa-de-banho com o Arquitecto. Como andamos em fase de pedir orçamentos, queremos incluir o mais possível nos “cadernos de encargos” para podermos diminuir o número de eventuais “surpresas” aquando do pagamento da factura... Elas existirão sempre, mas é por isso que as queremos minimizar. Por outro lado, assim teremos uma ideia sobre se fica mais em conta comprar essas coisas através do empreiteiro ou comprarmos nós directamente aos vendedores. Mas, ficam a saber, que escolher estas coisas cansa!! Entre sanitas, bidés, chuveiros, torneiras de todas as formas e preços, revestimentos de chão e paredes... Enfim, um sem número de pormenores! Chega a uma altura do dia (e olhem que nem é assim muito tarde!), o cérebro desliga e já todas as torneiras parecem iguais... Todas as pastilhas são horrorosas... Todos os azulejos são brancos... Não eram estas coisas que eram supostas serem divertidas??
Amigas, amigos, eu sei que escrevo demais. Provavelmente, também falo demais. E também sei que voçês preferem ver fotos... Que eu só tenho a menos, certo? Mas, confesso-vos, vão ter que ter paciência e esperar que o Proprietário vos traga algumas. É que a nossa casa demolida está cheia de buracos, buraquinhos e buracões que eu temo sejam invadidos por ratos e ratazanas lisboetas, uma vez que eles dêem conta que entrando por ali se escapam dos gatos que muito eficazmente patrulham o exterior. Logo, ali, sozinha eu não entro!
Tenho dito!
Xxx

3 comentários:

Anónimo disse...

Ontem vi o "Mulheres à beira de um ataque de nervos"....

Foi o que o teu post me fez lembrar!
Enfim, vejo que realmente estás a saber lidar com o stress de proprietária....

Um beijo cá de baixo

P.S.
Qd chegar quero ir ver essa grande obra desde o aqueduto das Águas Livres....

Anónimo disse...

Para alterar estrutura é também necessário licenciamento. Infelizmente temos muitos proprietários em Portugal a confiar cegamente em empreeiteiros sem formação e a não contratar os profissionais que estão habilitados a realizar este tipo de projecto. E depois claro, após o sismo... cai a sua casa, a do vizinho e os prédios ao lado.
Muito esclarecedores os seus comentários. Vê-se que procura poupar dinheiro.

Proprietária disse...

Muito obrigada pelo seu comentário. O facto de termos pedido a Comunicação Prévia já assume que os arquitectos da CML averiguam as alterações à estruturas que vamos fazer, já que o projecto que temos que entregar é bastante detalhado. Se precisássemos de uma Licença diferente, teriam chumbado a Com Prévia à partida. Sabemos que assim o é porque os nossos vizinhos de cima, quando fizéram obras, tivéram os inspectores da CML à perna por essa mesma razão. Tentámos informar-nos ao máximo para não corrermos riscos.
E sim, temos mesmo que poupar dinheiro mas nunca esquecendo a segurança. Costuma dizer-se que "o bararo sai caro" e é isso que também procuramos evitar. Não reforçar as estruturas pode parecer mais económico nesta fase, mas a curto prazo seriam os vizinhos a pedir indeminizações pelos eventuais estragos que pequenas fissuras ou abatimentos podem causar. Daí o nosso cuidado. Por outro lado, nunca é demais esquecer que Lisboa (e no fundo o Mundo!) é a nossa própria herança e eu acredito em viver de acordo com certos princípios de respeito pelo espaço, pelo ambiente e pelo próximo. Nunca apostaria em construir algo que penso vender um dia, onde eu mesma não me sentisse segura a viver. Gostaria de pensar que este edifício se consegue conservar por muitos mais anos.
Por favor, continue a acompanhar a obra! Agradecemos sempre as prespectivas de quem analisa a questão à distância. Bem haja!