segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Contando como foi...

Nunca me tinha apercebido do programa “Conta-me como foi”... Já devem ter reparado que me sento em frente à TV para vos escrever. É mais para estarmos todos juntos, aqui em casa. Diz que naqueles tempos, costureiras eram aos milhares!! Hoje em dia... nem vê-las!! E dão tanto jeito...
Bom, hoje ninguém trabalhou lá em casa. Dia santo, bem se vê. Todos merecemos o nosso descanso. Mas demos lá um salto para... dizer “olá”.
Estava limpinha! E o passeio também! Ou seja, o senhor contratado pela Vendedora, mais a sua esposa, tiraram de lá tudo o que era amovível e, vá, lixo. E varreram e tudo! Ficámos satisfeitos por vê-la mais espaçosa e livre da tralha. Estivemos a fazer uma pequena lista das prioridades. O sr Contratado vai voltar esta semana. Parece-nos que ele trabalha bem e já é conhecido do Proprietário e do seu Sócio. Parece de confiança. Por isso, esta semana há mais trabalhinho para ele. Desta vez é descascar paredes! E tem que estar tudo descascadinho até 6ª feira... Passo a explicar.
A semana passada conseguimos levar lá a casa um Engenheiro de Estruturas. Durante as nossas conversas com o Arquitecto, surgiram dúvidas sobre certas paredes que queremos deitar abaixo. Mais uma vez, como Proprietários conscienciosos, quisemos assegurar-nos que não íamos fazer asneira. É que deitar abaixo paredes de um R/C de um prédio de 1910 não é pêra-doce! Não queremos que nos caia o raio do prédio em cima!! Então o Proprietário tratou de falar com um conhecido seu que também se ofereceu para ir dar uma olhada. Somos verdadeiramente sortudos por termos acesso a tanta gente especialista em tantas coisas diferentes, todas elas imprescindíveis para a remodelação da nossa casa. Mas, pronto, o Engenheiro deu lá um salto e explicou-nos que aquele prédio, todo de tabique, ainda foi construído segundo as indicações anti-sísmicas do Marquês de Pombal. Quem diria, hein? Parece que o prédio está construído “em gaiola” que é uma estrutura que foi desenhada para, em caso de sismo, fazer com que as tábuas deslizem umas sobres as outras, conferindo alguma flexibilidade ao edifício, mas não quebrar. Espertalhão, o nosso Marquês, hein? Bom, adianto já que eu não sou engenheira e é natural que tenha feito uma total confusão da explicação, muito por alto, que me deram sobre esta estrutura. Agradeço a quem quiser esclarecer melhor o auditório, que se chegue à frente. Afinal, estamos aqui para aprender uns com os outros! Eu já fiz a minha parte!
Continuando... Neste nosso prédio, só as paredes exteriores do edifício é que são estruturais e não podem ser tocadas. Contudo, as paredes interiores, não sendo estruturais, podem estar a suportar o soalho dos vizinhos de cima (que por azar até são a Vendedora e a sua família). Ou seja, não vale chegar lá com uma marreta e dar-lhe gás! Senão, daqui a 2 meses temos a Sra a pedir-nos indeminizações porque o móvel onde tem o “serviço melhorzinho” tombou e transformou-o num maravilhoso conjunto de cacos para 12 pessoas!
Trocando por miúdos, quais são as implicações práticas desta análise? Primeiro, o Engenheiro tem que nos dizer se as paredes estão mesmo a suportar o soalho dos vizinhos de cima. Depois, se a resposta fôr afirmativa, ele tem que nos aconselhar sobre se podemos reforçar o nosso tecto com vigas ou pilares que substituam as paredes. Caso contrário, as paredes têm que ficar... E isso implica restruturar o projecto do Arquitecto! Enfim, dúvidas e mais dúvidas!
Para já, amanhã há que abrir a porta ao Sr Contratado para ele começar a descascar as paredes. Horário pós-laboral, claro está, que a vida do sr. também não é só isto! Mas já lhe demos uma marreta (fraquinha, de borracha...) e um escopro (melhorzinho). Vou-lhe levar sacos do lixo e uma vassoura, melhor que a toda rebentada que ele lá tem. E a posteriori vamos dar-lhe um pé-de-cabra, para ele poder tirar os rodapés... Sim, meus amigos, dali sai tudo!!! Todas estas ferramentas comprámos numa daquelas grandes superfícies de bricolage. Foi uma imagem para mais tarde recordar: dois gatos pingados a saírem da loja de marreta, escopro e pé-de-cabra na mão! Se quisessemos assaltar um banco, ninguém nos levava a sério...
Xxx

2 comentários:

as disse...

Está lindo!!!!!!!!!!Apenas um señão: o sr. Proprietário anda muito preguiçoso. Vá lá, só uma palavrinha para enriquecer o conteúdo.

Anónimo disse...

Dando continuação ao comentário da descrição do grande empreendimento da Capital (claro…) mantenho a apreciação mais direccionada para a escritora... Está a conseguir contagiar com entusiasmo a malta, meu Deus não me passaria pela cabeça…

Será que uma vez instalada a dúvida acerca do projecto primitivo, porque não ir directamente à fonte (Marquês de Pombal)? Não puderá certamente esperar de que a resposta seja dada por correio electrónico mas...

Vou ficar atenta e entusiasmada para dar apoio se necessário.

Beijos

A anónima.